Sala dos Bébés

1. Introdução

Este projecto estabelece metas e estratégias globais que servirão de referência para o nosso trabalho ao longo do ano, visando o desenvolvimento harmonioso da criança nos aspectos sócio afectivo, psico-motor e cognitivo.
No entanto, teremos sempre em atenção que cada criança é uma criança diferente de todas as outras, cada momento que ela vive e reage tem características únicas e, por conseguinte, não existem estratégias formatadas, pois, em cada momento e para cada criança, elas terão que ser adaptadas às circunstâncias.
Daremos primordial importância ao contacto físico e carinhoso, factores de bem-estar afectivo e nervoso da criança, bem como a base para a tomada de consciência do seu próprio corpo, a distinção entre si, o outro e o mundo que a rodeia.
Para que a nossa relação com a criança seja o mais individualizada possível, é necessário conhecê-la, conhecer os seus hábitos e necessidades. Isso passa pelo estabelecimento de uma relação de amizade e cooperação com os pais com vista à troca de informações sobre a criança, por forma a adequarmos a nossa actuação aos seus hábitos, minimizando, assim, as perturbações originadas pela mudança de ambiente (familiar e de creche).

2. Caracterização do espaço

O espaço da criança é o lugar onde esta permanece e estabelece relações com os objectos, com os adultos e com as outras crianças. É, assim, o meio onde dorme, come e se movimenta, brinca, satisfaz as suas necessidades básicas e estabelece as relações afectivas estruturantes para a sua segurança, o conhecimento do mundo, de si e do outro e o seu desenvolvimento global.
Por essa razão, a organização do espaço obedece a alguns cuidados que deverão ter em conta as suas necessidades básicas (alimentação, segurança, sono e higiene), bem como proporcionar o maior número de experiências com vista a potenciar o seu desenvolvimento em todos os aspectos: sócio-afectivo, psicomotor e cognitivo.

3. Rotinas

Todo o ser humano necessita de, diariamente, ter momentos com alguma previsibilidade, que lhe sirvam de referência sequencial como metas e princípio de novas etapas.
As rotinas dão ao bebé uma maior estabilidade e segurança, permitindo-lhe uma previsibilidade da sequência de acções, uma estruturação temporal e uma regularização do seu ritmo biológico evitando surpresas e ansiedades.

Sono
Um sono regular é determinante para o bem-estar e o equilíbrio nervoso da criança.
Conhecer os seus hábitos de sono e adormecimento (posição, objectos de transição, chupeta, truques de embalo, colo…) é a primeira diligência, junto dos pais, para melhor adequarmos a nossa actuação.

Alimentação
A hora da refeição deverá ser um momento de satisfação para a criança e de trocas de grande afectividade entre o adulto e o bebé.
A hora da refeição será aproveitada para diálogos estimulantes para a criança, solicitando-lhe respostas a estímulos verbais e mímicos (papa, come, dá, boca, colher, prato, sopa, água…) propiciadores de desenvolvimento da linguagem e de momentos de prazer e brincadeira.

Higiene
Uma das prioridades da educadora é zelar pelo bem-estar, saúde e higiene do bebé. Os momentos de higiene são determinados, acima de tudo, pelas necessidades da criança, havendo, contudo, rotinas a respeitar como, a muda da fralda entre a refeição e o sono e depois deste.

4. Relação pais/sala/instituição

Uma das nossas preocupações como educadoras é inspirar confiança aos pais transmitindo-lhes tranquilidade para que possam ultrapassar facilmente a separação dos seus filhos.
Estabelecer uma relação baseada na troca de informações, compreensão e comunhão de interesses (o bem estar do seu filho) criará um ambiente de cooperação e envolvimento dos pais na vida da sala e do centro.
Ao longo do ano solicitaremos aos pais a participação em actividades da sala e do centro, previstas ou não no plano anual de actividades do centro.
Esta participação fará os pais sentirem-se elementos válidos e influentes na vida do CEPI e, consequentemente na inter-relação CEPI/pais/sala/educadoras/criança.